Por Gilson Moura Junior
O Fluminense está novamente a um jogo do futuro.
Sim, o Fluminense não vence campeonatos pensando em um longínquo devir, ele vence vencendo finais, jogando finais, finais diárias, cotidianas. E muitas vezes tornando-as árduas para si mesmo e sua torcida, ávida de um jogo magistral, de uma índole Santista jamais vista com durabilidade na gloriosa história tricolor.
Ao Fluminense não cabe um Garrincha, um Pelé, um Nilton Santos. Não que gloriosos jogadores não tenham passado pelas Laranjeiras, e nem é preciso ir longe, basta citar Telê, Didi, Rivelino, Branco, Assis, Ricardo gomes, Conca, Fred e Deco. Mas mesmo com todos eles o Fluminense sempre foi ele mesmo. Ele é seu maior ídolo. Ele é o maior ídolo de sua torcida.
É o Fluminense que inflama arquibancada e jogador e que torna-os um estandarte de vitórias e títulos. É a bandeira tricolor que transforma Marquinho em peça fundamental, que transforma Denilson em Rei Zulu.
No domingo último o Botafogo , favorito ao clássico, percebeu isso, viu dos pés, da alma tricolor, o massacre, o massacre que levou antes dos gols à perda de cabeça de uma de suas peças, um de seus guerreiros, que, tresloucado pela pressão tricolor, cometeu o crime que permitiu a goleada.
A atuação soberba o foi , antes de mais nada, porque soberbo foi o sentido de coletivo, de Fluminense, de alma ampla, de alma tricolor. O Fluminense foi eco, foi Fred, foi Sóbis, foi Bruno, foi Carlinhos, foi o Thiago Neves que sofreu falta, deu passes e desarmou na lateral direita, foi todos.
Ao Fluminense está aberta a estrada para o titulo carioca, mas ainda assim no rosto, nas línguas dos guerreiros a vitória só será comemorada ao apitar do árbitro do fim do próximo jogo, pois Fluminense é Fluminense e por isso mesmo se cala, sapiente de seu tamanho e do desnecessário repeti-lo como mantra.
Na quinta-feira cabe ao Fluminense o difícil desafio de vencer o bi-campeão da libertadores, o Internacional, que passa por indefinições advindas de suas práticas pouco ortodoxas no âmbito das contratações de jogadores da base, que inclusive nos tirou Dalton e Marinho. Ao Fluminense cabe vencer um grande time, que segundo seu lateral-direito Nei está em vantagem, pois para ele basta vencer-nos por 1 x 0.
Ao Internacional basta nos vencer, enquanto nós necessitamos vencê-los. É uma sutil diferença, uma sutil diferença presente na diferença entre Abel Braga e Dorival Junior, é a sutil diferença entre um que vê a dificuldade e busca superá-la e outro que confia no gabarito e experiencia de seus jogadores, e só deles, para superar um "melhor" Fluminense. Sutil diferença presente na confiança do tricolor, que sabe a guerra, que sabe a dificuldade, que sabe o que é Fluminense, mas persevera na nossa imensa capacidade de superar montanhas.
Ao Flu só resta vencer, dois jogos, duas vitórias que nos darão uma Glória garantida e mais um pedaço da longa estrada para o ápice das Américas. Ao Flu só resta o próximo passo.
Na quinta-feira o favorito é o Internacional, mais tarimbado, bi-campeão, contra um time chamado Fluminense, pequeno para alguns colorados, um time que nunca venceu a Libertadores e só está em vantagem no péssimo estadual, ao vencer um Botafogo desprezado para fora das fronteiras da Guanabara, outrora favorito ao jogo e ao título.
Ao Fluminense só resta a certeza de seu nome, de seu manto, da impossibilidade como fogo que nos arde as ventas e veias.
Ao Fluminense resta um time que cresce, que sabe de si e que monta-se para ser mais que apenas um coadjuvante no delírio de torcedores e mídia que o esquecem.
Ao Fluminense resta saber-se nunca um Santos, mas um Fluminense e por si só um gigante capaz de assustar a quem o vê, ainda, como um anão.
Vamos à vitória. O Inter escolheu nos enfrentar. Provemos a eles que estavam errados.
ResponderExcluirST!
PC