Por Gilson Moura Henrique Júnior
Parece arrogância e talvez até seja. Ainda mais diante do fato de que ganhamos dois apenas, na última década, um apenas na anterior e esse é nosso primeiro na década atual.
De nossos inescapáveis 31 títulos estaduais, 27 foram ganhos entre 1902 e 1985, de lá pra cá pouco tivemos sucesso na conquista deste torneio que perde em importância mais ou menos no decorrer deste mesmo período.
Pode ser mera coincidência, pode ser, mas é interessante notar que enquanto ganhávamos estaduais à vera, a rodo, a Dupla Flamengo e Vasco ganhava Brasileiros e Libertadores e cresciam em tamanho de torcida e impacto em renda, ganho de patrocínio e dinheiro de TV.
Depois da descida ao inferno e da subida na base do orfeísmo carpado, demoramos três anos para a primeira decisão de estadual e primeiro titulo, quatro para a segunda decisão (Perdemos para o Fla em 2004), cinco para o segundo título e 13 para o terceiro titulo Estadual em 2012. No entanto chegamos à uma final de Copa do Brasil (2005) , uma final de Libertadores (2008), uma final de copa Sulamericana (2009), conquistamos uma Copa do Brasil (2007) e um Brasileiro (2010) da fuga do inferno para cá.
Aproveitando nossa mudança de foco para fora do estado o Flamengo conseguiu nos ultrapassar na hegemonia regional, porém ampliamos nosso impacto no âmbito nacional e internacional sendo cogitados sempre como equipes que se não são favoritas não são desprezadas, sempre se classificando no minimo para as oitavas de final de torneios internacionais e sendo favoritos todo ano para o Brasileiro.
Quer dizer que ganhar o estadual é ruim? não, não acho ruim, mas é insuficiente, não coça, não muda o patamar do Flu, que coleciona títulos locais e tinha sua hegemonia até 2008. O foco da torcida e do clube é sem dúvida o titulo da libertadores e/ou do Brasileiro.
São títulos para nos manter no caminho de um protagonismo nacional, por baixo, e sendo sempre tidos como referência no exterior. Foi o caminho que levou o SPFC a um projeto de décadas que culminou em três libertadores e três mundiais, colocação como favorito a títulos nacionais e internacionais quase sempre, em um ciclo só interrompido nos 3 últimos anos de uma entressafra ocorrida pós tri-campeonato Brasileiro em 2008. Foi o caminho que tirou o Inter de um clube estagnado a um gigante com duas libertadores e uma torcida mala que acha que o mundo começou em 2006.
A conquista estadual nos dá mais a medida de nossos rivais diretos e de que temos time para a disputa do Brasileiro, com ajustes, e reduz a pressão idiota de conselheiros e dirigentes para a conquista do estadual do que nos dá algum tipo de "gás" ou muda o foco para os jogos decisivos da Libertadores.
Conquistar o estadual em cima do Botafogo foi mais uma dica para o rival se reforçar do que um ganho para nossa equipe, que acumula mais uma taça para nossa coleção de estaduais e ainda perde jogador importante para o decisivo jogo da libertadores com SÓ o Boca Juniors.
Para o jogo de quarta iremos sem Fred, contundido na decisão das oitavas contra o Internacional, e Deco,que sentiu a coxa na decisão com o Botafogo no último Domingo. Além deles temos a ausência já prevista de Valência, Diguinho e Nem. Ou seja, o osso da Bombonera terá de ser encarado com a galera liderada pro Wagner, Jean, He-Man e Edinho e liderada pela raça do Abel, pelo talento de Thiago Neves, pelo coração da torcida, pela cosmicidade rodrigueana e pela fé em João de Deus.
Não vai ser mole, o Boca é favorito e por isso prevejo o Fluminense classificado para as semifinais após dois jogos cardíacos, doloridos, heróicos.
Não porque somos superiores, apenas porque somos o Fluminense.
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