Por Gilson Moura Junior
Na quarta-feira teremos um daqueles jogos que positivamente faria um torcedor comum tremer de medo, suar frio, entender a dor do tenebroso dom da realidade em passar a perna no sonho.
Nós, no entanto, desacostumados ao comum, olhamos no olho do pavor, do fim, da beira do mundo derramando mar num caos invisível e sorrimos aquele sorriso de "E, dai?".
Não somos feitos do comum, é vero, no entanto também não sambamos Martinho da Vila na Ópera ao sentarmos em cima de uma confiança tola numa classificação. Não faz diferença, nós sabemos o Fluminense, nós sabemos o olhar daqueles que tem as três cores que traduzem tradição tatuadas na alma, nós sabemos que veremos o Fluminense em campo, o Boca também verá, pode até nos superar em placar, vencer o jogo, mas não superará o que é o Fluminense, aquele que distorce os parâmetros do comum.
O Boca, o mundo, verá novamente aquilo que torna o futebol algo admitido como um parâmetro do real independente de leis que Newton já dizia. Tá no olho do Abel, tá no Gol de Leandro Euzébio no último fim de semana, na explosão do menino Wallace, na coragem do garoto Marcos Junior, nas câimbras do menino Fábio Braga.
Tá no solitário gol da primeira vitória dentre tantas neste Brasileirão 2012. Tá na alma do torcedor que sorri por saber-se batalha, que sorri por saber-se muitos, por saber-se não apenas uma pálida visão do clichê banhada na descrença de rivais que , tolos, ignoram a história, o mundo onde se os fatos nos diminuem, pior pros fatos.
Na quarta-feira teremos mais uma vez ele em campo, a camisa tricolor carregada por abnegados atores, que tidos como reservas nos causam alegria do desafio. Podemos cair, podemos perder, podemos morrer, mas assinaremos na alma de cada um o temor de desafiar-nos a alcançar o impossível.
Tá no olho do Abel, tá na alma, tá no sangue.
Vamos pra cima, Fluzão!
ResponderExcluirComo escreveu uma amiga certa vez:
"Amor,
Uma palavra,
Duas sílabas,
Quatro letras,
Três cores."