Por Gilson Moura Junior
Fluminense e Internacional fizeram um jogo duro, difícil, no Beira-Rio. Tão difícil que a Leiteria passeou em plagas gaudérias a ponto de o destaque do jogo ter sido o goleiro menos acionado.
Fluminense e Internacional fizeram um jogo duro, difícil, no Beira-Rio. Tão difícil que a Leiteria passeou em plagas gaudérias a ponto de o destaque do jogo ter sido o goleiro menos acionado.
Cavalieri novamente mitou ao ser decisivo, ao decidir em batalha uma pequena vitória, ao defender um pênalti executado por Edinho, em uma tentativa de homícidio mal camuflada em plena área, e batido por Dátolo , aquele mesmo que nos visitou quando jogava no Boca, com a malícia confiante hermana.
Contrariando o impossível, Cavalieri suavemente toca a bola e lança a esperança colorada na vala comum do urro primal do arquibaldo.
O "ÚUUUU" se ouviu nas muralhas da China.
A confiança bi-campeã da libertadores, naquela soberba novata dos recém entrados nos píncaros do gigantismo, mesmo assim permaneceu, mesmo tendo seu time acuado na maior parte do tempo, mesmo vendo nos pés cósmicos a vitória estar muito mais próxima, mesmo sabendo que enfrentarão nos palcos cariocas um Gigante que faz bastante tempo sabe jogar em seus domínios.
A frase do lateral-direito Nei, que considera vantagem para o Internacional jogar na casa do adversário, pois um gol torna o Colorado classificado, foi ecoada pela mídia, essa mesma que, muitas vezes carioca, prefere fingir que não nos vê.
E vamos para o segundo jogo, no Rio de Janeiro, onde perdemos o primeiro jogo por uma competição internacional em 27 anos há pouco menos de dois meses, com o favorito Internacional, o papa título Internacional, o mestre da paudurecencia copeira Internacional, na humilde residência alugada do engenhão, como franco-atiradores. Ao menos segundo Nei, segundo a mídia e segundo parte dos torcedores que fingem não ver o Fluminense.
Melhor assim.
Assim como também é melhor que a História remonte 1971 para exigir um reparo moral ao Vovô, aquele cuja pipa não estava subindo mais e que reaparece a decidir depois de 41 anos um campeonato carioca.
Era preciso uma massagem cardíaca no vovô e muito me apraz que esta também eleve o Glorioso ao Status de Favorito da América, aos píncaros do mais belo time a jogar futebol na mui leal.
O papel de estar confortavelmente instalado na ponta da língua da antipatia popular e midiática não nos é novo, nem tampouco acre. Ao Fluminense não cabe ser a princesinha do baile, a vizinha que vem e que passa a caminho do mar deslindando-se sensualidades. Ao Fluminense não cabe a roupa titânica pré-moldada dos favoritos de prévia, queremos são os farrapos da glória, os retalhos da batalha vencida.
A faixa pré-carimbada nos causa ânsias, nos faz mal.
E vamos a duas decisões em três jogos nos próximas duas semanas. Nas duas não somos os preferidos ou os favoritos.
Ao Fluminense a desconfiança cai como Amok.