domingo, 24 de junho de 2012

Solucionática: Boas perspectivas para os clubes de BH


 por Victor Coelho
 


Como algumas pessoas projetavam, as perspectivas são boas para o trio mineiro da capital no Brasileirão 2012. Neste post falarei dos nossos rivais Cruzeiro e América, já que aqui no blog acompanhamos o Galo (cujos textos podem ser conferidos clicando nas tags “Atlético Mineiro” e “Galo”). Quanto aos times do interior, fica a expectativa de o Tupi fazer uma boa campanha na série C, tentando repetir o sucesso do ano passado quando se sagrou campeão da série D vencendo o Santa Cruz na final. Boa e Ipatinga se esforçarão novamente na série B, a situação do Boa é melhor neste momento, mas são dois times de pouca tradição, um tanto artificiais, embora já contem com alguma pouquíssima torcida em suas cidades, embora o Boa tenha a peculiaridade de ser um time de Ituiutaba que agora sedia seus jogos em Varginha. Bom para aproveitar o bom estádio dessa cidade. 
 

Começo com o time smurf. A contratação de Celso Roth foi motivo de muita gozação por parte de alteticanos e torcedores de outros times e de desespero por parte dos cruzeirenses. Roth é aquele técnico que carrega a má fama, em grande parte injusta, de ser um técnico ruim (para uma perspectiva gaúcha, ver aqui). 
 Em 2009 já havia desconfiança quando o Galo o contratou. No ano anterior havia feito uma grande campanha no Brasileirão com o Grêmio, que contudo foi prejudicada pela arrancada do São Paulo e a própria caída do time, que chegou a ter mais de dez pontos de vantagem. Já era tido também como técnico que monta times “feios”. Verdade, times dirigidos pelo Roth não se caracterizam pela plasticidade e malemolência, mas eu dizia que ia ser bom para o Galo, ia dar uma ajeitada no time, e vimos o que aconteceu: aquele time e elenco limitados se superou e fez grande campanha no Brasileiro. Ok, repetiu no final a queda do Grêmio-2008. Mas sejamos justos, o elenco era limitadíssimo, embora tenha se superado e contasse com o talento de Tardelli, e morreu no final devido ao esgotamento físico do time, fora que não tinha opções para variações táticas. 

Roth chega agora no Cruzeiro com um elenco melhor, já ajeitou a defesa (que inclui a parte defensiva do meio campo) e agora a parte ofensiva se anima, com o talento de Montillo e competência de W. Paulista e A. Ramon. A grande vitória de ontem sobre o ex-líder Vasco, em pleno São Januário, não foi de sorte.



Pelo jeito, já não é nem sombra do time que perdeu os dois jogos para o América na semifinal do Mineiro. Mas aquele time do Mineiro, apesar da deficiência técnica e tática, apresentava um elemento de garra que agora será bem aproveitado no time bem montado do Roth. Melhor ser realista, nesse primeiro ano pós-desmonte do time pelo ex-vitalício presidente Perrella, que continuar naquela viagem de “melhor time do país que tem que jogar com o Real Madrid”, coisa que já ouvi da boca de dois cruzeirenses. O clube foi bem nos últimos anos desde o já quase longe ano de 2003, disputou inclusive final de Libertadores, mas como no Galo até a década de 1990, foi um grande coadjuvante vendo os títulos cairem nas mãos adversárias e compensava suas frustrações pelo fracasso do rival – lembrando que nestes últimos dez anos a ruindade fez o Galo virou freguês não só do Cruzeiro, mas até do Botafogo.



Agora o glorioso Mequinha, que alguns atleticanos – até pela carência de termos em Minas outro time de série A, pois desde a década de 1960 o futebol do estado se polarizou entre João e Maria – vêm chamando de “Coelhão” ou “Mecão”... forma estranha de querer valorizar um clube pela condescendência. O América completa este ano seu centenário, esteve perto de ganhar seu campeonato mineiro da década (o último foi em 2001, um ano depois de ter conquistado a Copa Sul-Minas, o outro em 1993, mas em 2012 ficou de vice mesmo). Centenário que o clube resolveu comemorar com a reedição da camisa vermelha da década de 1930, quando o clube fez bico para a profissionalização, preferia continuar amador, ou seja, de elite.. Com isso o clube foi definhando, a torcida estagnou e hoje é minúscula em comparação com a ótima estrutura do clube. Mas pelo menos demonstram o orgulho de ser Mequinha. Mas pelo menos contam com a condescendência de certos atleticanos que, embora já nascidos nas décadas finais do século XX, sentem “nostalgia” da época do Clássico das Multidões.

 


O caso é que o clube parece estar no caminho certo para tentar voltar a ter a grandeza que tinha nas primeiras décadas do século passado, época longínqua do decacampeonato mineiro. O clube vem se profissionalizando, é brem treinado pelo Givanildo, técnico que trem estrela no clube, manteve a qualidade da base, que é uma das melhores do país, sendo o atual campeão nacional sub-20 e com isso o primeiro representante brasileiro na recém-criada Libertadores da categoria. 



Acredito que dava para o América ter permenecido na série A ano passado se não tivesse acontecido a conjunção do otimismo exagerado do presidente (que antes do início do campeonato achava que com “dois ou três reforços” o time certamente brigaria por vaga Sul-Americana, enquanto o técnico Mauro Fernandes pedia mais reforços) e com a timidez do time que só foi acordar no final, na luta desesperada contra o rebaixamento, tendo vencido aqueles que seriam o campeão e o terceiro colocado (Cortinthians e Fluminense). 

No momento, o time ocupa a terceira posição na série B e, pelo que mostrou no Mineiro – a derrota por 3 x 0 no segundo jogo da final foi mais mérito do Galo pela grande partida –, tem tudo para disputar o título ou ao mesmo voltar para a série A, e pelo planejamento e competência de manter a base do time terá grande chance de permanecer.  



Embora estejamos no início do Brasileirão, as perspectivas são boas para os times da capital mineira, o que já é bom, tendo em vista a perdar de prestígio que o futebol do estado – com grande contriguição atleticana – vinha apresentando nos últimos anos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gingaê!