Victor Coelho
Eu pretendia, como próxima contribuição a esta coluna, escrever uma postagem analisando nossos tradicionais rivais, Cruzeiro e América. Mas a bomba Ronaldinho explodiu e não há como tocar no assunto agora.
Sobre o passado de glória do agora R49 nem precisa
se falar demais, apenas lembro que foi o jogador capaz do impossível: fazer gol no
Real Madrid em Madri e arrancar aplauso... de torcedores do Real. Mas o
primeiro ponto é esse: não se pode esperar que o Ronaldinho no Galo seja o
mesmo daqueles anos em que foi eleito o melhor do mundo, como não se poderia
cobrar de Forlán ser no Galo o melhor jogador da Copa de 2010. Mas aí entra uma
vantagem prática a favor de Ronaldo: já não precisa passar por período de (re)adaptação,
pois jogou o ano inteiro no Brasil. Como não tem problema de contusão, é só
pegar logo o entrosamento com o time, sua experiência ajuda.
O Galo não precisará se adaptar a Ronaldo, Ronaldo
já chega pegando um time pronto e embalado – campeão mineiro invicto, vitória
nas duas partidas do Brasileirão (contra a Ponte em Campinas, primeira vez na
história do clube, e contra o poderoso Corinthians campão brasileiro e
semifinalista da Libertadores), nove meses invicto jogando em Minas Gerais, somente uma
derrota em 2012 até o momento – em que só faltava um jogador de peso para assumir
a camisa 10. Não que seja um time “pronto”, mas já dava para ver (pelo menos
quem não acompanha de longe ou pela mídia do Eixo) que começava a dar sinais de
estar no caminho certo.
Agora é esperar para ver como será em campo. A
chegada de Ronaldo foi boa por ter sido discreta e o jogador foi direto treinar com o grupo, o oposto
da festividade Fla-Global que fez a festa da torcida flamenguista e
flamengueira pelo Brasil à fora. Claro que tem empolgação de parte da torcida
atleticana, mas haverá cobrança se R49 não corresponder em campo (lembrando que
mesmo Tardelli, ídolo da torcida pelo que fez em 2009, alcançando a artilharia do Brasileirão, chegou a ser vaiado no
ano seguinte). E espero que o ambiente mais profissional que o clube apresenta,
além do “sangue nos olhos” de Ronaldo, possibilite que o jogador jogue mais
bola que jogou no Urubu. Acho que tem sim muito a contribuir em campo, se quiser.
Resta a parte financeira. O contrato de seis meses
foi ótimo, assim como a notícia de que o clube pagaria “apenas” 300 mil de
salário (coisa dentro da realidade do futebol e da capacidade do clube). Fica
no ar o lance dos 500 mil de uma empresa de marketing ou sei lá o quê. Mas a
exposição do atleta e do clube, como estamos acompanhando, já corresponde à
expectativas de quem pensava no marketing. Espero que isso seja mesmo bom para
o clube e dê mais motivação ao grupo – que parece ter recebido bem o jogador. Espero que não traga a crise flamenguista para nós, com possível saída (definitiva ou temporária) do jogador por conta da batalha judicial que o Urubu quer travar. Pois
o mais importante hoje (e já não é de hoje) para o Galo é o time corresponder
em campo à paixão de seu torcedor
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