sábado, 23 de junho de 2012

O campinho da aldeia velha - um mês e nada

Por Victor Freire

Quase um mês e nada resolveu-se.

A situação é a seguinte: como todos sabem, uma série de clubes entraram na justiça comum solicitando sua inclusão na série C do campeonato brasileiro, e o que deveria ter se resolvido rapidamente transformou-se no maior imbróglio já visto no futebol tupiniquim, ao menos abaixo da fronteira da série B. A competição, que deveria iniciar-se no dia 27/05, já está atrasada em um mês, e ao que parece a série D vai começar antes.

Em reunião ocorrida no último dia 19, Rio Branco e Brasil de Pelotas desistiram de suas ações na justiça de seus estados, embora o estado do Acre tenha decidido que vai figurar no pólo ativo na ação outrora conduzida pelo principal time de sua capital. O grande problema até agora vem sendo apresentado pelo Treze Futebol Clube, de Campina Grande, também conhecido como Galo da Borborema.

O time não desiste de sua ação e insiste em impedir a realização de um campeonato nacional com uma liminar emitida por uma justiça estadual, que em meu entender não deveria possuir esta competência. Eles pleiteiam o acesso na série C baseados em sua colocação na série D (entro em mais detalhes logo abaixo) do ano passado e em um acordo estranho realizado pela CBF com o Rio Branco, que em teoria deveria ter sido rebaixado no grupo norte da terceira divisão por escalação irregular, mas teve seus pontos zerados no meio da competição e ainda assim conseguiu permanecer, sendo rebaixado no seu grupo o Araguaína.

Desta forma, o Treze considera que o Rio Branco na verdade deveria ser rebaixado junto com o Araguaína e a vaga deveria ser repassada a ele, quinto colocado, levando-se em consideração a pontuação do time na segunda fase da série D. O problema com esse argumento é que o regulamento da quarta divisão é claro ao considerar que, para efeitos de classificação final dos clubes no campeonato, serão consideradas ambas as fases. Por este critério, o time paraibano é sexto, e não quinto colocado, como afirmam.

Não obstante essa situação, o Treze ainda demonstra que agiu de má-fé, uma vez que só entrou com o pedido após a realização do campeonato paraibano deste ano, onde não foi às finais: viu a vaga para a série D do estado cair no colo do Sousa, segundo colocado que decidiu o campeonato com o Campinense, rival do Treze e que foi rebaixado à mesma quarta divisão de maneira injusta, em um arrumadinho que beneficiou o Fortaleza no último jogo, contra o CRB.

A CBF poderia simplesmente passar por cima da liminar que foi concedida ao time na justiça paraibana e aguardar o trânsito em julgado da ação. Mesmo a multa só será paga após a decisão do STJ, e a entidade máxima do futebol ainda pode levá-la ao STF se decidir impetrar um mandado de segurança para resguardar o direito líquido e certo dos outros clubes, devidamente classificados, de jogar o campeonato. Mas não o faz, já que isso não incomoda os clubes que estão na série B e A. Uma pena que a CBF e sua nova administração, na figura do sr. José Maria Marín, não liguem com as divisões mais baixas do futebol nacional, que possuem sua importância.

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