sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Moção de repúdio à administração do Clube Atlético Mineiro



Belo Horizonte, 16 de agosto de 2012.

Senhor presidente,

Nós, da Torcida Galo Marx, repudiamos com veemência o apoio oficial do Clube Atlético Mineiro à campanha pela reeleição do prefeito de Belo Horizonte, senhor Márcio Lacerda.

Entendemos que o Atlético é uma instituição plural, representada de forma massiva em todas as camadas da nossa sociedade, sem distinção de etnia, credo ou ideologia política. Por toda nossa história, representantes de todas essas camadas têm se destacado prestando serviços ao nosso Clube, como jogadores, funcionários ou dirigentes. Por isso, a atitude de V. Sa. de atrelar o nome de nossa instituição a um determinado candidato numa eleição, atitude essa que é reincidente e, por isso, mais grave, é um flagrante desrespeito a todos os conselheiros, sócios e, sobretudo, torcedores que simpatizam com, manifestam seu apoio a ou militam para eleger outros candidatos.

Atenciosamente,

TORCIDA GALO MARX

Ademir Ribeiro de Sousa Júnior
André Henrique de Brito Veloso
Carlos Alberto Oliveira
Cláudio Victor Carneiro de Mendonça
Cristiano Pena Magalhães Marques
Dário Mendes Porcellato
Douglas Cristiano Silva
Eduardo Duarte e Araújo
Ellen Naiara Oliveira Rodrigues
Ennio Rodrigues
Felipe de Assis Alves
Felipe Silva Amaral
Fellipe Miranda Martins 
Fernando Murta Ferreira Duca
Firmina Maria Rodrigues
Flavia Fidelis de Paula
Flora Gomes Cândido
Frederico Matias
Gustavo Barros de Faria
Gustavo de Oliveira Bicalho
Gustavo Laine Araújo de Oliveira
Isabela Regina Pereira Melo
Leonardo Falabella
Luara Ramos
Lucas de Mendonça MoraisLucas Teotonio Josafá Simão
Luciano Jorge de Jesus
Luiz Felipe Corrêa Prado
Luiz Henrique Moreira
Marcela Santos
Marcelo B. Miranda Borel
Pedro Andrade Coelho
Rafael Barros Gomes
Rafael Biondi
Raiam Maia e Maia
Raphael Oliveira do Nascimento
Ricardo M. Burgarelli
Roberto Martini Junior
Vanessa Sander Serra e Meira.
Victor de Oliveira Pinto Coelho
Vítor Rodrigo Dias
Thiago Cesar Viana
Tiago Marcadagua


À sua senhoria o senhor
ALEXANDRE KALIL
Presidente do Clube Atlético Mineiro

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Campinho da Aldeia Velha – Creepypasta


Por Victor Freire

Eu sou facilmente impressionável por coisas que vejo, e por isso eu odeio creepypasta, além de dar graças a Deus por não ser médium vidente. Também pelo mesmo motivo não vai ter imagem nenhuma ilustrando esse post, e peço aos meus editores que por favor, não tentem ilustrá-lo.

Creepypasta, para quem não sabe, são as lendas urbanas que volta e meia sobem à superfície da internet vindas da podridão da Deep Web, contendo imagens e textos que sugestionam o leitor a ficar terrivelmente assustado. São diversos os exemplos disso, e quem quiser procurar pra ver do que se trata, fique à vontade. Eu que não vou atrás dessas merdas.

Mas a merda, como se sabe, vem atrás da gente. E eu me dei conta do creepypasta da vez que está a me assombrar ontem à tarde, ao ver o resultado da rodada, quando cheguei do aniversário das amigas de minha namorida.

Trata-se da não-promoção do Santa, ou até mesmo do seu novo descenso à série D.

Para reforçar esta terrível situação aterrorizante, os paralelos com o Fortaleza de 2009, quando ficou no meio da tabela do seu grupo na Série C, são imensos. Uma sequência de empates e derrotas. O time, que no papel era melhor do que seus adversários à subida, não conseguiu engrenar em 8 partidas jogadas. E está até hoje onde está.

Um doce a quem adivinhar quem era o técnico e o que ele dizia na época para justificar sua postura em campo, sem reconhecer que o time necessitava de ofensividade, não de retranca.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Campinho da Aldeia Velha - A sorte, essa linda!

Por Victor Freire


Zé Teodoro não só nasceu com o oiti dele virado pra lua. Mais que isso. O homem é um leprechaun, um olho grego antropomórfico, a reencarnação do Buda Gautama em nossa era. Só isso explica o que aconteceu no último jogo.

Deixa eu falar logo dele, já que o assunto veio à baila tão cedo, e causou uma impressão tão forte. Digo isso por que vi o jogo (pela internet, se eu colocar tv por assinatura na minha casa eu não faço mais nada na minha vida), e posso falar. O time do Paysandu é seboso. Mas o Santa conseguiu ser pior.

A começar pela zaga, sincronizada com o tempo do jogo como uma dublagem de um filme de kung fu nível Z de Hong Kong nos anos 80. Depois do Santa ter tomado 3 a 1 é que eles lembraram que podiam fazer linha burra - e ainda assim, mais inteligente que os dois. Os volantes, bem, não marcavam e não sabiam sair com a bola, e talvez fossem mais úteis em um Gol 1000. Os meias não conseguiam marcar a saída de bola e tocar, também, nada. De uma displicência atroz, como se quisessem testar a paciência dos 24 mil torcedores que assistiram a peleja.

Deve ter sido por isso que Zé os tirou de campo e colocou 2 atacantes, pra tentar fazer um 4-2-4. Bom, nossos atacantes reservas não andam servindo de nada, a não ser tentar pedalar e perder a bola no lance seguinte.

Percebam, no entanto, que o time do Santa não é ruim, mas está faltando, na minha opinião e em primeiro lugar, concentração e comprometimento. O time anda disperso demais, mas provou no Pernambucano que, quando quer, joga. Concentração essa que, quando esteve presente durante o jogo, nos fez meter uma rajada de 2 gols em menos de 5 minutos, ambos do goleador Dênis Marques. Faltou quando este meteu uma bola na trave e quando Fabrício Ceará matou a bola com o braço antes de enfiar uma bicicleta na trave. Se tivéssemos jogado com um pouquinho de vontade a mais, o papão voltaria pra Belém com uns golzinhos na mala.

*     *     *

Ah, sim, teve o jogo contra o 12+1, no qual ganhamos de 2 a 1. Tenho pouco a falar, exceto que foi um dos poucos jogos onde o time demonstrou confiança. Mas um jogador chamou a atenção por seus comentários: o volante Memo. O gol do 14-1 surgiu por uma desatenção destes quando, palavras do próprio, estava ajeitando uma chuteira que havia estourado.

Eu fico particularmente puto quando vejo um jogador dar uma declaração desse tipo. Da mesma forma como fiquei puto quando o Brasil foi eliminado da Copa América e Robinho colocou a culpa no gramado. Ou quando jogadores disseram que a Jabulani (ainda que pese ser uma das bolas mais feias e sem graça que eu já vi) era incontrolável e impossível de servir a um jogo oficial.

Vamos aos fatos: em nenhum lugar do mundo nego começa jogando bola numa quadra ou gramado bonitinha e bem feitinha, padrão Fifa. Salvo aquele time da Tailândia que treinava numa plataforma flutuante, todo mundo teve a oportunidade de começar num campo de terra batida. Na Europa, na América do Norte. Nos países de Terceiro Mundo, onde nascem metade dos craques do planeta, então, o que teve de menino chutando pedra e continuando a dar bicudos com o tampo do dedo solto, sangrante, não está no gibi.

Este tipo de declaração esfarrapada pra justificar um desempenho especialmente ruim diz muito, também, sobre o que acontece com o futebol moderno. Está totalmente desconectado de suas origens. Torna-se cada vez mais um espetáculo para dar prazer (leia-se grana) aos investidores do que necessariamente uma competição esportiva que movimenta toda uma comunidade. Penso se a próxima geração acreditará que os jogos internacionais no século XIX, entre Escócia e País de Gales, por exemplo, foram jogados por equipes amadoras onde os futebolistas eram mineiros, trabalhadores da estrada de ferro e das companhias de gás, operários de estaleiros e de metalúrgicas. A plateia? Esta assistia a poucos metros da cal, sentados em morrinhos de grama em volta do campo.

Como era verde meu vale.*

*Ver o livro de Richard Llewellyn.

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Campinho da Aldeia Velha - Voltou "daquele" jeito

Por Victor Freire

Paysandu x Luverdense
O imbroglio jurídico em que se transformou a série C do Campeonato Brasileiro de 2012 está longe de ter um fim, mas ao menos começou, com o Treze FC e o Rio Branco FC com asteriscos ao lado dos seus nomes. Após duas rodadas, vamos ao que interessa: de acordo com o artigo na Wikipedia, uma fonte mais fidedigna que o www.futebolinterior.com.br, temos o G4 do grupo 1 composto por Paysandu, Icasa, Salgueiro e Águia de Marabá, respectivamente com 6, 4, 4, e 4 pontos. O Santa está na 6ª colocação, com 2 pontos. Na rebarba, Fortaleza, que fez uma blitz mudança de técnico após o último jogo, e o galo da Borborema, que promete ser o bonus stage deste campeonato.

Tupi x Duque de Caxias
No grupo 2, os cariocas Macaé e Madureira estão no topo, com 6 pontos cada, seguidos pelo Chapecoense e pelo Santo André, ambos com 4 pontos. Em último, empatados, Oeste-SP e Tupi, sem nem um ponto. Deste grupo não sei muito, mas sei do primeiro: o Salgueiro vem surpreendendo e é um sério candidato ao ascenso, e o Paysandu parece ter recuperado o gosto pelo jogo. O Águia de Marabá começa a mostrar que vai ser aquele time pequeno chato de vencer, e o Santa, bem...

 *     *     *

O Santa merece um capítulo à parte. E ele é motivado, claro, por uma das personalidades que mais frequentemente aparecem por esta humilde coluna: Zé Teodoro. Zé fez duas partidas medíocres até então. Na primeira, um time apático e sonolento cedeu preciosos dois pontos ao empatar com o fraco Guarany de Sobral. Resultado aceitável segundo o coach coral, uma opinião da qual a torcida não partilha. Mas tudo bem, releve-se, foram férias forçadas por mais de um mês além do necessário. E vamos em frente.

Eu acompanhei pelo rádio (que remédio!) a segunda partida, em Salgueiro, cidade a cerca de 510 km do Recife, no sertão pernambucano. O que deu pra perceber foi que mais uma vez o time bateu cabeça e estava inseguro, como aconteceu, aliás, em muitas partidas do pernambucano. Se camisa pesa e afeta jogadores inexperientes, o goleiro, Diego Lima, parecia estar usando uma cota de malha feita com chumbo. Os zagueiros pareciam conversar entre si: um falando mongol e o outro, zulu arcaico (e quando falavam com os volantes, era em norueguês bokmal). Do meio pra frente, uma diarreia mental "crássica". O carcará abriu logo dois pra nego se orientar.

O jogo mudou no segundo tempo, mas não por mérito tático. Luciano Henrique e Dênis Marques tiveram, cada um, uma ideia digna de Arquimedes na clássica final do mundial de filosofia de 74 e fizeram 2 gols, empatando a partida. Não fosse a desorganização tática vista anteriormente, voltaríamos pro Recife comemorando e ainda no G4.

O que me deixa confiando um pouco mais no Santa é uma das principais qualidades de Zé Teodoro: a sorte. Zé nasceu com o fresado virado pra dona lua e ganhou 2 títulos estaduais e um acesso desse jeito. Bem, até o momento em que ela resolve abandoná-lo, como aconteceu no Fortaleza, alguns anos atrás. Espero que ela esteja longe, bem longe de voar para outras bandas. Mas seguro morreu de velho, por isso, abra do olho, seu Zé!

domingo, 8 de julho de 2012

Leiteria - Parece que foi ontem


Por Gilson Moura Henrique Junior

Não haveria um jogo no Domingo, já se sabia.

Não, não haveria um jogo. 

Haviam eles, com os mantos, os nomes do passado, a história desenhando a si mesma em dimensões múltiplas. Muito mais que uma linha, muito mais que um caminho, muito mais que um jogo.

Ali, naquele estádio, se construía um átimo de eternidade incapaz de ser descrito: Era um Fla x Flu.

Em cada camisa um nome que marcava a história, em cada cor uma marca de tempos e lições, de gols, de supremacias, de surpresas.

Cada ente, cada fibra do ser do Futebol, cada deus que investe em si o poder da magia do esporte, cada anjo que calçou as chuteiras imortais, cada linha de pensamento que criou a ideia que ginga pelas rosas dos ventos do tempo se esmerou em versejar aquele que é mais que um jogo, é a fundação da rivalidade.

E a tradição se fez presente com o esquadrão superior sendo dominado pelo inferior, com craques sendo lutadores e combatentes jogando como craques. Comandantes atentos criando estratégias que atingissem o rival com o máximo de força que o baqueassem, dívidas contraídas com a tradição marcando almas e chuteiras de craques consagrados: Era um Fla x Flu.

Como uma marca que é tatuada na pele dos títulos tricolores eis que surge o jogador decisivo. Eis que surge quem deveria aparecer e tirar dos ombros a cobrança por gols contra o rival: Um pela audácia de vestir a malfadada camisa, outro pelo azar de nunca ter ferido aquele que nos é antípoda.

Deco? Bruno? Nem? Não, Fred e Thiago Neves costuraram o gol que os marca na história para sempre, um gol centenário, um gol de redenção, um gol que novamente nos coloca à frente do Flamengo depois de mais de um ano sem vencê-los, um gol que nos anima na dura caminhada rumo ao Tetra, um gol decisivo.

Os destaques do jogo? Pelo Flu Deco, Nem, e Gum e pelo Fla Love, Diego Maurício e Adryan. Táticas? Não as vi. Técnicos? Abel por ter nos olhos a importância do Fla x Flu diante de um Joel prostrado pelo cansaço de suas "malasartianas" falas de "Papai Joel". Abel armou um time, Joel jogou dados.

Não se joga dados em um Fla x Flu, assim como Deus não os joga com o Universo.

E se passaram cem anos, mas parece que foi ontem.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Leiteria - A paz, a esperança e o vigor unido e forte pelo esporte


Por Gilson Moura Henrique Junior



Ontem eu vi a História. 

Sim, queridos, a História ali, materializada, desenhada com sangue, suor, lágrimas e o inexorável tempo que a tudo transforma.

Vi a  História desenhada em troféus, nomes, pessoas, heróis jovens e velhos que vivos ( presentes ) e mortos (divinizados) concretizaram uma viajem pelo tempo até meus nove, dez anos de idade e renovaram a fé em um futuro onde seremos novamente a História.

A inauguração da nova sala de troféus do Fluminense não foi simplesmente a constatação de uma trajetória de glórias feita por aquele que fundou o futebol no Rio de Janeiro e traz em seu nome a prova, foia  percepção de como atos simples podem construir uma base pra futuras transformações.

Não, não tenho na administração atual a administração perfeita, sei que há defeitos, mas é inegável que um ato de profundo respeito por nossa história e pelo semear de profissionalismo novamente no tricolor, diante de sequencias de administrações perdulárias, incompetentes e que chegaram a destruir um de nossos mais preciosos troféus é um sopro de esperança de que o Flu tome novamente seu lugar de liderança do esporte nacional.

A sala ficou linda, o conceito de museu é uma perfeita homenagem a nossos ídolos tanto de campo (poucos jogadores foram esquecidos de nosso enorme panteão) como de fora dele como Chico Buarque e Nelson Rodrigues (Com destaque que lhe é merecido).

Em uma semana que se inicia com três preciosos pontos conquistados diante do Náutico em Recife pela eficiência de nosso time em uma jornada técnica nada brilhante e às vésperas de um Fla x Flu que completa cem anos no dia 07/07/2012, a inauguração de nosso novo espaço de exibição de nossas conquistas é grata e simbólica efeméride.

O texto é ufanista e emocionado por ter sido escrito por quem voltou no tempo ao abraçar Romerito, herói de infância e se emocionou pelo fato de estar naquele templo.

Sobre o Fla x Flu falaremos posteriormente, no sábado.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Solucionática: O Galo canta que o céu é o limite


Lucas Morais

O Galo é um time com tradição em pontos corridos, como em 1971, quando tornou-se o primeiro campeão brasileiro, em 1977, quando foi vice-campeão invicto, em 1980 vice-campeão, em 1999, também vice-campeão. No início do Brasileiro de 2012, após a sétima rodada, o time volta a ocupar a primeira colocação, fato que não ocorria desde 2009, quando Roth tirou água de pedra de um elenco limitado e logrou 14 rodadas na liderança.

No Estádio Olímpico, em Porto Alegre, mais de 33 mil gremistas, e pouco mais de cem atleticanos, foram torcer para os seus times, enquanto a torcida tricolor xingava de todas as maneiras possíveis o ex-ídolo, Ronaldinho Gaúcho. Era também o reencontro do Galo com Luxemburgo, de Rafael Marques e Escudero com o ex-clube, a estreia de Marcelo Grohe, novo goleiro gremista, após a saída de Victor, comprado por três milhões de euros pelo Atlético. E era também o reencontro de Jô, ex-atacante do Inter, com as redes, após a jogada mágica do garoto Bernard (foto). A partida tinha também um valor simbólico alto, já que quem vencesse despontaria na luta pela liderança.

Título?

Há quem não veja o Galo como candidato ao título, receando que possa perder a força durante o campeonato, deixando a ponta e, em seguida, fazendo mais uma campanha mediana, talvez dessa vez distinta dos dois últimos anos, em que limitou-se a fugas heroicas contra o rebaixamento para a Série B. Há também quem pense que Cuca seja um treinador fraco, deprimente, e que não possui espírito de campeão: um cavalo paraguaio que poderá, no máximo, almejar a sexta ou sétima colocação. Porém, para o Atlético, em face das campanhas de 2004 para cá, uma campanha mediana marcaria o reinício das boas campanhas alvinegras, isto é, o saldo não seria ruim, exceto pela torcida, sempre ansiosa já pelo título.

Futebol em Belo Horizonte: o retorno do Independência

Para o futebol belorizontino, o ano de 2012 marca o retorno do futebol à capital mineira, com a inauguração do Novo Independência, no bairro Horto, zona leste, próxima ao Centro. Desde as primeiras rodadas até a sétima, os clubes mineiros estiveram na ponta da tabela, à exceção do Cruzeiro, que começou o campeonato com empates. Portanto, 2012 marca um reinício para esses clubes, que no ano passado se limitaram a fugir do rebaixamento, tendo o Cruzeiro escapado na última rodada, diante do arquirrival, por 6 a 1, enquanto o Coelho não sobreviveu diante do São Paulo no Morumbi e foi rebaixado.

No Independência, o formato-caldeirão prevalece e a torcida influencia mais nas quatro linhas do que em estádios como o Engenhão do Rio de Janeiro, onde a torcida fica longe do campo. O jogo ganha em emoção e, se a torcida apoiar, ao invés de cornetar irracionalmente, o time tem tudo para se unir, se superar e brigar.

A briga, a tática, a luta contra CBF, Globo, diretoria, tudo e todos

Pelos resultados recentes, o Galo aponta a tendência de que será um dos times que brigarão até o fim do campeonato pelo título, afinal, a contratação do goleiro Victor é justamente para eliminar uma carência histórica, datada desde a saída de Diego Alves em 2007. Entretanto, Diego não era considerado naquela época um grande goleiro, apesar de se destacar. O último grande goleiro do Atlético foi Taffarel, já que Velloso jogou com mais idade. Victor tende a somar muito com um elenco que já possui qualidade antes de sua chegada.

Há no torcedor atleticano um sentimento diferente em relação ao time. Os jogadores estão mais maduros, o time focado e capaz de resistir pressões psicológicas fortes, como nas vitórias contra o Palmeiras, Corinthians, Grêmio e, inclusive, a Ponte Preta, que perdeu graças a uma cabeçada sortuda do meia-atacante Damián Escudero. Detalhe: o Galo nunca havia ganhado da Macaca no Moisés Lucarelli.

Outro elemento a se destacar é que Cuca tem alterado em diversos momentos o esquema tático, mas com o time mantendo a pegada e o foco sem problemas. O time está bem compacto, veloz, marcando com eficiência e ciente de que pode almejar coisa grande nesse campeonato. Há que melhorar, para variar, as finalizações.

Caso a Alexandre Kalil não atrapalhe Cuca, deixando-o trabalhar em paz como vem sendo feito até aqui, esse time terá plenas condições de chegar, ao menos, na zona de classificação para a Libertadores. Fluminense, Vasco, Inter, Grêmio e São Paulo são, igualmente, candidatos plenos à classificação para a Libertadores e título.

Há sempre que lembrar que o Galo luta, também, contra a arbitragem. Dos jogos que vi, posso afirmar tranquilamente que os árbitros dos jogos contra o Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Grêmio foram para lá de caseiros, enquanto, contra o Náutico, a arbitragem puxou pelo mais fraco: pênalti inexistente em Jô e goleada na sequência. Veremos o quanto esse fator será importante mais adiante, especialmente nas rodadas finais. Afinal, no Brasileiro, duas vitórias são seis pontos.

E os jogadores? Ah, e o Ronaldinho?

Na imprensa nacional há quem prefira se limitar na desqualificação a Ronaldinho Gaúcho pelo seu histórico de baladeiro, assim como Jô, enquanto desdenham do jovem garoto Bernard, de 19 anos, que hoje joga com um ídolo que o inspira e faz seu futebol crescer, tal como ocorreu com ninguém menos que Messi, como pode ser visto neste vídeo de seu primeiro gol profissional pelo Barcelona, aos 17 anos.

Por ora, é muitíssimo cedo para se falar em título, o que é óbvio, mas não para falarmos de Libertadores, apesar de o que um clube deve mirar sempre seja o título. O campeonato é longo, haverá contusões, expulsões, cartões amarelos, vermelhos, e também o retorno de jogadores do departamento médico e contratações pontuais que Cuca sabe tão bem fazer.

No saldo geral, após muitos anos o clube volta a Belo Horizonte sendo visto, percebido e comentado como um dos candidatos a disputar até o fim pelo título, dado que o clube hoje possui elenco, centro de treinamento de alta qualidade, preparador físico, de goleiro e médico da Seleção, um goleiro (Victor), um zagueiro (Réver) e dois atacantes (Bernard e Jô) que podem ser selecionáveis. Um plantel competitivo, de casa nova e reinaugurando sua relação com a sua apaixonada torcida, mas que só nas últimas rodadas saberá o tamanho de suas pernas.

O plantel

Goleiros: Victor, Giovanni, Renan Ribeiro.
Laterais : Marcos Rocha, Júnior Cesar, Carlos Cesar, Triguinho.
Zagueiros: Réver, Rafael Marques, Leonardo Silva, Sidimar, Luiz Eduardo
Volantes: Pierre, Leandro Donizete, Fillipe Soutto, Serginho, Richarlyson.
Meias: Ronaldinho, Bernard, Danilinho, Escudero.
Atacantes: Jô, Guilherme, André, Juninho, Neto Berola, Paulo Henrique.

domingo, 24 de junho de 2012

Leiteria - E o Maestro ergueu o dedo...

Por Gilson Moura Henrique Junior

Eu digo não ao não! É proibido proibir o encanto!

Não um encanto cego e tolo que louva e se ufana de  vitórias como quem esquece o jogo, a lógica e o gol, não! Jamais! Mas sim o encanto apaixonado das três cores com a calma, o avanço controlado, asfixiante e fatal ter vencido com autoridade mais um adversário.

Como não se encantar com a absoluta calma com que a adversidade é encarada e o jogo é tomado das mãos do rival como quem se impõe e diz "Devolve-me o jogo!"?

Como não se encantar com a habilidade e disciplina de um elenco que com falhas e erros, ajustes e esforço se impõe na marcação e numa ofensividade que premia o torcedor com jogadas em velocidade, triangulações, passes perfeitos e uma rotina massacrante para a defesa adversária até que gol saia?

O Fluminense foi assim diante do esforçado, mas frágil, Atlético Goianiense.

Após um gol surpreendente pela velocidade o avanço gradual da equipe de Abel Braga comandou o jogo como quem chupa um chicabon.

Não foi arrogante, jamais! Não foi soberba! Foi imensa.

Já nos aproximamos da liderança e no tempo certo, no momento em que começamos e ter novamente um elenco inteiro. Não perdendo ponto para equipes com menor investimento e enfrentando rivais diretos com força, com coragem e sem perder também pontos.

Se o anúncio na televisão não dá receitas de como vencer um brasileiro, o que se escreve nos portões não dimensiona o crescer de um time talhado para a glória. 

Estamos vendo senhores uma negação à qualquer proibição da alegria!

O Fluminense de Abel Braga e seu maestro começam a tomar conta do Brasileiro, avançando gradualmente, avançando e tomando conta da posição que almeja até o arremate final.

O Maestro ergueu o dedo e além do óbvio há o grito, o sim.

É proibido proibir-se de esperar o Tetra!

Solucionática: Somente seis rodadas para o Galo?



Lucas Morais

Após a vitória por 5 a 1 do Galo sobre o Náutico, o time mostra que ainda tem muito futebol a mostrar para a massa alvinegra, esta que ontem tomou alguns pontos tradicionais das ruas de Belo Horizonte para festejar o bom resultado, coisa que não se via de fato desde a época (2009-2010) em que os atacantes Tardelli e Obina goleavam o Flamengo, ou o Cruzeiro, quando o time levava sequência de vitórias sobre outros rivais e adversários. A última festa da massa foi a carreata do Independência até a sede do clube no bairro Lourdes para bebemorar o título invicto no Campeonato Mineiro, o 41º da história do clube de 100 campeonatos realizados. Mas as cicatrizes da derrota por 6 a 1 para o rival no ano passado ainda permanecem, apesar das promessas de um novo tempo para o Galo.

A alegria do torcedor não vem somente pela vitória de ontem, mas sim pelos resultados positivos obtidos contra o Corinthians e o Palmeiras. Foram duas vitórias suadas, por 1 a 0, dentro e fora de casa, respectivamente, sendo que, no segundo jogo, contra o Palmeiras, contou-se dois gols mal-anulados pelo juiz, que fez arbitragem caseira, assim como ocorreu contra o São Paulo e Corinthians. O empate em casa contra o Bahia, com um gol-surpresa de Fahel, em um rápido contra-ataque, e a derrota no Morumbi, para um decadente São Paulo, em jogo que o Galo teve tudo para vencer (exceto a necessária pontaria na hora de decidir), fizeram pesar sobre as costas do garoto de apenas 19 anos, Bernard, que deve ter tido sua orelha quase derretida de tanta bronca da massa. Entretanto, no jogo contra o Náutico Bernard criou ótima jogada, tabelada com Jô, e chutou perfeitamente ao gol, sem chances para o goleiro.

É uma pena que a arbitragem tenha favorecido o Galo com o pênalti inexistente sobre o Jô que, como todo atacante, foi malandro, mas o time tinha condições de virar, apesar do empate adverso e mereceu indiscutivelmente a vitória. O que entristece é como a CBF tem prejudicado o Galo quando este joga contra adversários do Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto quando joga com clubes nordestinos ou do Centro Oeste, é privilegiado pela arbitragem. E dizem que isso é papo de torcedor... Bem, só se o torcedor for o único a constatar essa realidade que se põe a cada Brasileirão para o Atlético.

O jogo, apesar da facilidade para os três gols que vieram após o desempate, foi bom, com o Náutico, que mescla jogadores jovens e experientes, oferecendo perigo a cada contra-ataque, mas sendo bem anulado pelo sistema defensivo atleticano. É verdade que o Atlético tinha condições de vencer o Bahia e o São Paulo, entretanto, há que se destacar que ambos jogos se deram em meio à transição do meio-campo e do ataque, com a incorporação de Jô e Ronaldinho Gaúcho quase simultaneamente, ambos sempre muito marcados pelos adversários.


Foram cinco pontos perdidos, que poderiam colocar o Galo em primeiro lugar na tabela com folga em relação ao arquirrival Cruzeiro, hoje, com 18 pontos. Mas, são somente seis (boas) rodadas de trinta e oito. Por outro lado, o time mostra ter hoje um sistema defensivo mais competitivo, com excelentes atuações de Réver e Rafael Marques, com boas transições pelas laterais de Júnior César e Marcos Rocha, ambos dando estabilidade às laterais rumo ao ataque e na marcação, enquanto Ronaldinho trabalha como organizador distribuindo as jogadas e as bolas paradas. Danilinho dá velocidade, ajuda Marcos Rocha e o batalhador Leandro Donizete na marcação, que sentiu falta se Pierre nesse sábado pela referência que é. Mas Serginho e Leandro Donizete também são volantes dignos de confiança, apesar de um erro ou outro. O goleiro Giovanni, por enquanto, tem feito boas defesas. Ressalto o “por enquanto” porque a massa ainda não se contenta com um goleiro jovem: quer um medalhão, como um Júlio Cesar por exemplo, para ter estabilidade em jogos decisivos.

Hoje, o Galo tem elenco e, com a volta do atacante Neto Berola e do (possivelmente) meia-atacante Guilherme do departamento médico, o clube terá muita força ofensiva. Fora que há alternativas, como o próprio Juninho, recém-contratado, que estava no Atlético Goianiense, o atacante da base Paulo Henrique, o próprio André, que felizmente perdeu a condição de titular absoluto no ataque, já que ficou acomodado pelo bafafá da imprensa nacional e regional. Jô tem feito um ótimo trabalho como pivô, pois dificilmente perde a bola quando esta vem de um passe certo, pelo alto ou por baixo, e consegue, quando não sofre falta, tabelar com Bernard (1o gol contra o Náutico), Ronaldinho, Danilinho ou até o Marcos Rocha.

A decepção atende hoje pelo nome de Richarlyson, que realizou um fraco primeiro tempo ontem diante do Náutico e foi sacado corretamente por Cuca logo aos 36 minutos para a entrada de Serginho, que fez um grande jogo e até perdeu gol. Richarlyson só foi ser achado por policiais militares, quando dirigia sua Porsche no Centro de Belo Horizonte, sendo pego no bafômetro e levado à delegacia, e então liberado. Richarlyson vem de uma sequência muito ruim no Atlético. É verdade que fez um jogo excepcional diante do América e teve uma ou outra sequência regular, mas o saldo geral é péssimo, em jogos importantes atua como um adversário, já que seus erros e vacilos tem sido constantes.

É certo que o fator Novo Independência, recém-inaugurado no bairro Horto, região Leste (residencial e tradicional) da capital mineira, ao trazer o futebol do Atlético novamente para Belo Horizonte traz também a grandeza do time, criando aquela química que toma conta da cidade quando o clube está brigando por coisas grandes. É verdade também que Ronaldinho Gaúcho está tomando gosto pelo momento vivido no clube, como vários outros jogadores desacreditados: “Maravilhoso, quando mais depois do jogo receber esse tipo de carinho. É tudo que a gente mais quer. Nós últimos dois anos, a torcida do Atlético sofreu bastante e, agora, em todo jogo a gente quer o estádio cheio. A gente quer fazer essa pressão e essa conexão da torcida com os jogadores tem tudo para dar certo. Com a força desse torcedor, vai ser difícil parar a gente”, disse após o jogo.

Nesse campeonato veremos a potencialidade de um time que hoje tem um treinador de ponta, com preparador de goleiros, técnico e médico da seleção brasileira, jogadores competitivos, a volta ao futebol a Belo Horizonte, dinheiro em caixa para contratações pontuais e somente duas derrotas neste ano, além de ter se livrado de alguns jogadores incompatíveis com as necessidades desse elenco. Tropeços virão e são naturais, a questão é se este time terá condições de se superar quando tudo estiver contra o Galo. O acesso à Libertadores é questão de tempo e o título exigirá muito sacrifício de cada um desta equipe. 

Solucionática: Boas perspectivas para os clubes de BH


 por Victor Coelho
 


Como algumas pessoas projetavam, as perspectivas são boas para o trio mineiro da capital no Brasileirão 2012. Neste post falarei dos nossos rivais Cruzeiro e América, já que aqui no blog acompanhamos o Galo (cujos textos podem ser conferidos clicando nas tags “Atlético Mineiro” e “Galo”). Quanto aos times do interior, fica a expectativa de o Tupi fazer uma boa campanha na série C, tentando repetir o sucesso do ano passado quando se sagrou campeão da série D vencendo o Santa Cruz na final. Boa e Ipatinga se esforçarão novamente na série B, a situação do Boa é melhor neste momento, mas são dois times de pouca tradição, um tanto artificiais, embora já contem com alguma pouquíssima torcida em suas cidades, embora o Boa tenha a peculiaridade de ser um time de Ituiutaba que agora sedia seus jogos em Varginha. Bom para aproveitar o bom estádio dessa cidade. 
 

Começo com o time smurf. A contratação de Celso Roth foi motivo de muita gozação por parte de alteticanos e torcedores de outros times e de desespero por parte dos cruzeirenses. Roth é aquele técnico que carrega a má fama, em grande parte injusta, de ser um técnico ruim (para uma perspectiva gaúcha, ver aqui). 
 Em 2009 já havia desconfiança quando o Galo o contratou. No ano anterior havia feito uma grande campanha no Brasileirão com o Grêmio, que contudo foi prejudicada pela arrancada do São Paulo e a própria caída do time, que chegou a ter mais de dez pontos de vantagem. Já era tido também como técnico que monta times “feios”. Verdade, times dirigidos pelo Roth não se caracterizam pela plasticidade e malemolência, mas eu dizia que ia ser bom para o Galo, ia dar uma ajeitada no time, e vimos o que aconteceu: aquele time e elenco limitados se superou e fez grande campanha no Brasileiro. Ok, repetiu no final a queda do Grêmio-2008. Mas sejamos justos, o elenco era limitadíssimo, embora tenha se superado e contasse com o talento de Tardelli, e morreu no final devido ao esgotamento físico do time, fora que não tinha opções para variações táticas. 

Roth chega agora no Cruzeiro com um elenco melhor, já ajeitou a defesa (que inclui a parte defensiva do meio campo) e agora a parte ofensiva se anima, com o talento de Montillo e competência de W. Paulista e A. Ramon. A grande vitória de ontem sobre o ex-líder Vasco, em pleno São Januário, não foi de sorte.



Pelo jeito, já não é nem sombra do time que perdeu os dois jogos para o América na semifinal do Mineiro. Mas aquele time do Mineiro, apesar da deficiência técnica e tática, apresentava um elemento de garra que agora será bem aproveitado no time bem montado do Roth. Melhor ser realista, nesse primeiro ano pós-desmonte do time pelo ex-vitalício presidente Perrella, que continuar naquela viagem de “melhor time do país que tem que jogar com o Real Madrid”, coisa que já ouvi da boca de dois cruzeirenses. O clube foi bem nos últimos anos desde o já quase longe ano de 2003, disputou inclusive final de Libertadores, mas como no Galo até a década de 1990, foi um grande coadjuvante vendo os títulos cairem nas mãos adversárias e compensava suas frustrações pelo fracasso do rival – lembrando que nestes últimos dez anos a ruindade fez o Galo virou freguês não só do Cruzeiro, mas até do Botafogo.



Agora o glorioso Mequinha, que alguns atleticanos – até pela carência de termos em Minas outro time de série A, pois desde a década de 1960 o futebol do estado se polarizou entre João e Maria – vêm chamando de “Coelhão” ou “Mecão”... forma estranha de querer valorizar um clube pela condescendência. O América completa este ano seu centenário, esteve perto de ganhar seu campeonato mineiro da década (o último foi em 2001, um ano depois de ter conquistado a Copa Sul-Minas, o outro em 1993, mas em 2012 ficou de vice mesmo). Centenário que o clube resolveu comemorar com a reedição da camisa vermelha da década de 1930, quando o clube fez bico para a profissionalização, preferia continuar amador, ou seja, de elite.. Com isso o clube foi definhando, a torcida estagnou e hoje é minúscula em comparação com a ótima estrutura do clube. Mas pelo menos demonstram o orgulho de ser Mequinha. Mas pelo menos contam com a condescendência de certos atleticanos que, embora já nascidos nas décadas finais do século XX, sentem “nostalgia” da época do Clássico das Multidões.

 


O caso é que o clube parece estar no caminho certo para tentar voltar a ter a grandeza que tinha nas primeiras décadas do século passado, época longínqua do decacampeonato mineiro. O clube vem se profissionalizando, é brem treinado pelo Givanildo, técnico que trem estrela no clube, manteve a qualidade da base, que é uma das melhores do país, sendo o atual campeão nacional sub-20 e com isso o primeiro representante brasileiro na recém-criada Libertadores da categoria. 



Acredito que dava para o América ter permenecido na série A ano passado se não tivesse acontecido a conjunção do otimismo exagerado do presidente (que antes do início do campeonato achava que com “dois ou três reforços” o time certamente brigaria por vaga Sul-Americana, enquanto o técnico Mauro Fernandes pedia mais reforços) e com a timidez do time que só foi acordar no final, na luta desesperada contra o rebaixamento, tendo vencido aqueles que seriam o campeão e o terceiro colocado (Cortinthians e Fluminense). 

No momento, o time ocupa a terceira posição na série B e, pelo que mostrou no Mineiro – a derrota por 3 x 0 no segundo jogo da final foi mais mérito do Galo pela grande partida –, tem tudo para disputar o título ou ao mesmo voltar para a série A, e pelo planejamento e competência de manter a base do time terá grande chance de permanecer.  



Embora estejamos no início do Brasileirão, as perspectivas são boas para os times da capital mineira, o que já é bom, tendo em vista a perdar de prestígio que o futebol do estado – com grande contriguição atleticana – vinha apresentando nos últimos anos.


sábado, 23 de junho de 2012

O campinho da aldeia velha - um mês e nada

Por Victor Freire

Quase um mês e nada resolveu-se.

A situação é a seguinte: como todos sabem, uma série de clubes entraram na justiça comum solicitando sua inclusão na série C do campeonato brasileiro, e o que deveria ter se resolvido rapidamente transformou-se no maior imbróglio já visto no futebol tupiniquim, ao menos abaixo da fronteira da série B. A competição, que deveria iniciar-se no dia 27/05, já está atrasada em um mês, e ao que parece a série D vai começar antes.

Em reunião ocorrida no último dia 19, Rio Branco e Brasil de Pelotas desistiram de suas ações na justiça de seus estados, embora o estado do Acre tenha decidido que vai figurar no pólo ativo na ação outrora conduzida pelo principal time de sua capital. O grande problema até agora vem sendo apresentado pelo Treze Futebol Clube, de Campina Grande, também conhecido como Galo da Borborema.

O time não desiste de sua ação e insiste em impedir a realização de um campeonato nacional com uma liminar emitida por uma justiça estadual, que em meu entender não deveria possuir esta competência. Eles pleiteiam o acesso na série C baseados em sua colocação na série D (entro em mais detalhes logo abaixo) do ano passado e em um acordo estranho realizado pela CBF com o Rio Branco, que em teoria deveria ter sido rebaixado no grupo norte da terceira divisão por escalação irregular, mas teve seus pontos zerados no meio da competição e ainda assim conseguiu permanecer, sendo rebaixado no seu grupo o Araguaína.

Desta forma, o Treze considera que o Rio Branco na verdade deveria ser rebaixado junto com o Araguaína e a vaga deveria ser repassada a ele, quinto colocado, levando-se em consideração a pontuação do time na segunda fase da série D. O problema com esse argumento é que o regulamento da quarta divisão é claro ao considerar que, para efeitos de classificação final dos clubes no campeonato, serão consideradas ambas as fases. Por este critério, o time paraibano é sexto, e não quinto colocado, como afirmam.

Não obstante essa situação, o Treze ainda demonstra que agiu de má-fé, uma vez que só entrou com o pedido após a realização do campeonato paraibano deste ano, onde não foi às finais: viu a vaga para a série D do estado cair no colo do Sousa, segundo colocado que decidiu o campeonato com o Campinense, rival do Treze e que foi rebaixado à mesma quarta divisão de maneira injusta, em um arrumadinho que beneficiou o Fortaleza no último jogo, contra o CRB.

A CBF poderia simplesmente passar por cima da liminar que foi concedida ao time na justiça paraibana e aguardar o trânsito em julgado da ação. Mesmo a multa só será paga após a decisão do STJ, e a entidade máxima do futebol ainda pode levá-la ao STF se decidir impetrar um mandado de segurança para resguardar o direito líquido e certo dos outros clubes, devidamente classificados, de jogar o campeonato. Mas não o faz, já que isso não incomoda os clubes que estão na série B e A. Uma pena que a CBF e sua nova administração, na figura do sr. José Maria Marín, não liguem com as divisões mais baixas do futebol nacional, que possuem sua importância.